sexta-feira, 16 de maio de 2014




Artigo de Gisele Andrade, CFP®,planejadora financeira pessoal

     Desde crianças somos incentivados a superar os obstáculos naturais da vida: aprendemos a nos alimentar, vencemos a força da gravidade ao começarmos a andar e, de repente, estamos nos comunicando através da fala… E quando temos um pouco mais de consciência, nos vemos sonhando com grandeza: viagens, aventuras, vencer grandes desafios! Alguns de nós quase chega a acreditar que tudo dará certo, aconteça o que acontecer, como nos filmes dos super-heróis (ou porque Deus é brasileiro!). Se por um lado ser otimista e determinado é muito importante para nos mover, por outro, a ausência de planejamento ou a falta de análise dos riscos, pode nos levar a situações muito difíceis. Como ouvi esses dias de uma amiga querida, um pouco de medo é necessário para preservar a vida e seu valor.

      Mas não é sobre medos que vamos conversar aqui. A ideia foi trazer um pouco de reflexão sobre aqueles acontecimentos inesperados em nossas vidas que nos tiram do chão, trazendo consigo reflexos financeiros e patrimoniais relevantes. Terremotos financeiros: eventos repentinos, graves, que podem até durar pouco tempo, deixando, entretanto, estragos que demorarão a ser reparados. Dentre tantas situações potencialmente perturbadores, podemos citar como exemplo uma doença grave no provedor de uma família, a morte repentina, um incêndio que destrua parte do patrimônio, fraudes empresariais, divórcios malconduzidos. Se pararmos para pensar, um terremoto financeiro pode atingir com a mesma violência qualquer indivíduo ou família, independentemente da classe socioeconômica, causando estragos proporcionais.

     O que se pode fazer para minimizar o potencial destruidor de uma ocorrência remota e não previsível? Faz parte do processo de planejamento financeiro a análise de ameaças ou riscos na nossa trajetória, mesmo que aparentemente esses aspectos não pareçam “financeiros” no início. Questões relacionadas à saúde das pessoas, por exemplo, precisam ser amparadas por seguros adequados. No caso de profissionais liberais ou de empresas de prestação de serviços, em que o fator humano é fundamental para a execução das atividades, é necessário prever desde indenizações para invalidez e morte até a formação de sucessores enquanto está tudo bem.

     Abordando um pouco o patrimônio das pessoas e famílias, esse aspecto de risco também precisa ser analisado: providências simples como manutenção elétrica e hidráulica são tão relevantes como apólices de seguros. Você conhece alguém que perdeu tudo num incêndio residencial? E não estou me referindo a nenhum desastre em comunidade carente, mas acidentes que vi acontecerem em condomínios de elevado padrão onde seria “impensável uma desgraça dessas”. E então, pode ocorrer que o imóvel atingido por uma tragédia dessas ainda esteja financiado? como fazer?

     E a perda do emprego? Se durante os tempos de calmaria aproveitou-se para ir constituindo uma reserva financeira, se essa reserva foi cuidada com diligência, será possível atravessar a crise com um pouco mais de tranquilidade. Entretanto, se o dinheiro ganho era integralmente consumido para a manutenção de um determinado padrão de vida, teremos problemas. Nesse momento, o exame minucioso de todas as contas da família e o sacrifício do que não for essencial são os primeiros passos para evitar o aprofundamento dos problemas. Uma vez que as decisões estratégicas de uma família afetam todos os membros, considera-se muito salutar o hábito de conversar abertamente sobre as possibilidades de consumo, investimento e também sobre as medidas de cautela.

Assim como as grandes empresas funcionam sob uma governança clara, com responsabilidades atribuídas e revisões periódicas (as reuniões ou assembleias), a família também precisa adquirir alguma maneira disciplinada de revisitar seus sonhos e sua estratégia. Como o espaço aqui serve mais para provocar do que necessariamente trazer uma receita milagrosa, pensei em uma situação que, para mim, reflete bem o nosso tema: se você for com sua equipe (ou família) num passeio para escalar uma montanha muito alta, tratará de preparar-se muito bem. Exercícios físicos, equipamento adequado, planejamento das etapas da subida, os acampamentos para aclimatação e checagem do progresso, os parceiros e guias em que vai ter que confiar. Chegando lá, ainda que no meio da escalada um acidente aconteça, toda a equipe estará atenta e agirá de forma sincronizada para diminuir os estragos e voltar em segurança. Com terremotos financeiros também é assim. Saber dos riscos e preparar-se para enfrentá-los poderá transformar sua vida para melhor, te fazendo crescer apesar das crises.


InfoMoney – São Paulo 0
       Se você não faz parte da pequena (e privilegiada) parcela da população rica, é preciso fazer fortuna com o salário que recebe - mesmo que ele seja pouco atrativo. Para o planejador financeiro do site de finanças LearnVest, David Blaylock, é possível fazer fortuna mesmo ganhando pouco.
       Em um artigo publicado no site Business Insider, Blaylock explica que o modo mais prático para isso é cultivar hábitos que te ajudem a poupar dinheiro. “Eu faço uma revisão periódica de todas as assinaturas que eu tenho - aquelas que atingem meus cartões de crédito todos os meses”, exemplifica o planejador. “Você ficaria surpreso com quantas assinaturas que nós temos e quantas não são utilizadas. Você poderia guardar esse dinheiro, que soma quantidades significativas a cada mês.”
      “A maioria das pessoas ganha mais de um milhão de dólares ao longo de sua vida profissional, mas poucas se tornam milionárias”, disse a planejadora financeira, Nancy Butler. “Como elas gastam o dinheiro certamente faz a diferença.” Ambos planejadores listaram mudanças simples no cotidiano que podem ajudar qualquer pessoa - independente de quanto ganha - a ter num futuro não tão distante uma conta mais “gorda”. Confira abaixo 8 desses hábitos:
1. Inverta seu pensamento Depois que o governo abate grande parte do salário e as contas são pagas, não sobra muita coisa para aproveitar o resto do mês - o que pode dar a ideia de que poupar para a aposentadoria parece algo impossível. Mas, para construir a riqueza, é necessária uma mudança nesta mentalidade. Ou seja, em vez de gastar o resto do seu salário líquido, reserve uma parte também para aposentadoria (assim como foi reservada para os impostos e para as contas) de olho nos maiores objetivos financeiros. Segundo Blaylock, também não é preciso economizar muito, mas algum dinheiro que possa render, mas que não comprometa o orçamento. “Você deve economizar em prol dos seus objetivos financeiros em primeiro lugar, pagar suas contas e considerar gastar o que sobrou”, disse Nancy.
2. Tenha sempre um objetivo definido Estudos comprovam que fixar metas melhora a motivação. Sabendo disso, é preciso definir, antes de cultivar qualquer hábito, os planos com o dinheiro que você vai guardar.
Para ter uma poupança pensando no futuro, os especialistas financeiros sugerem ter um plano de cinco anos - em que você cria metas específicas de dinheiro que você gostaria de alcançar em cinco anos e o que você precisa fazer para isso. “Tendo um objetivo específico em mente nos ajuda a economizar”, diz Blaylock. “Seja uma poupança de emergência, para viajem, para pagar universidade, comprar uma casa ou um carro.”
3. Adote as próprias regras financeiras O que é essencial para sua vida e o que você pode economizar? Colocar preços limites às compras podem ajudar no orçamento apertado. Por exemplo, se você não liga em ter uma roupa de marca, pode colocar um teto baixo e segui-lo. Por outro lado, se você não sabe viver sem o smartphone do momento, coloque um teto mais alto para este item, diminua o limite de outros e assim continue o ciclo.
4. Viva como um “secreto” rico Para alguns, a imagem de um milionário remete a enormes mansões, carros luxuosos e gastos excessivos. Mas a maioria dos milionários não vive assim - em vez disso, ela tende a aparentar ganhar menos do que realmente ganha e economiza mais que gasta. O livro “The Millionair Next Door: The Surprising Secrets of America’s Wealthy” revelou que grande parte dos ricos construiu sua fortuna com trabalho árduo, poupando e vivendo com menos que ganha.
5. Pense em sua aposentadoria agora Se você está na faixa dos vinte a trinta anos, a aposentadoria parece algo bem distante - e poupar para isso pode não parecer uma prioridade. Mas é preciso ter um pensamento inverso. “Infelizmente, quanto mais tarde você começar, mais você vai ter de poupar no final da vida. Mas quanto mais cedo você iniciar sua poupança, poderá manter a aplicação ou até diminuí-la ao longo dos anos.”
6. Saiba quanto ganha e quanto gasta A maioria das pessoas tem boas intenções quando se trata de poupar dinheiro. Mas se você não sabe quanto entra e quanto sai da sua conta bancária, você não sabe o quanto deve se dedicar aos seus objetivos. Grande parte geralmente não controla seus rendimentos e gastos. “É realmente chocante que os clientes com quem trabalho nem sempre reveem seu holerite”, disse o planejador. “Se eu não sei o quanto você gasta quando come fora, como eu posso esperar que você mude isso?”, questionou.
7. Saia do débito Bem programada, uma dívida pode ter benefícios. Empréstimos estudantis, por exemplo, são boas escolhas, já cartão de crédito - que tem altas taxas de juros - nem tanto. Segundo Blaylock, dívidas que podem impulsionar a carreira são bem-vindas, mas até para elas deve elaborar um plano para que não impeça o progresso de outros objetivos.
8. Aumente seus ganhos Há duas maneiras de aumentar seu patrimônio líquido: ganhar mais ou economizar mais dinheiro. “E gastar menos é apenas uma parte dela - você tem que poupar e investir adequadamente”, diz a planejadora do LearnVest, Natalie Taylor. “Apenas ganhar mais não aumentará a renda porque o estilo de vida e as despesas também crescem com ele.” Mas, se você aumenta sua renda e definir o que fará com esses ganhos, esse dinheiro a mais será melhor aproveitado. Outra opção é diversificar seus fluxos de renda através de um segundo trabalho em tempo parcial (freelancer) ou procurar oportunidades de investimento. “Eu acho que a a poupança para a aposentadoria deve vir de várias fontes, tais como o salário, a renda de trabalhos parciais e investimentos”, diz Blaylock.

InfoMoney – seg, 5 de mai de 2014 08:58 BRT
      SÃO PAULO – Tradicionalmente, maio é considerado o Mês das Noivas. Por isso, muitos casais aproveitam a época para trocar alianças. No entanto, esse é um passo muito importante para os envolvidos. Antes dos preparativos do casamento, o casal precisa se planejar financeiramente, lembra o educador financeiro Reinaldo Domingos. “Decidir como serão organizadas as finanças deve ser um dos primeiros assuntos a ser conversado, visto que essa é uma das principais causas de discussão e até separação, atualmente.”

     Claro que não existe uma fórmula secreta que irá resolver todos os problemas de adaptação do novo orçamento, mas o primeiro passo é decidir de que forma se organizará e como vai pagar as contas, quanto cada um vai depositar para investimentos, entre outros, além de ter disciplina para cumprir o acordado. “A conversa é o verdadeiro segredo para uma união estável e para evitar que problemas financeiros interfiram na vida do casal”, explica.

    Também vale fazer uma espécie de diagnóstico da vida de ambos, anotando quanto cada um ganha e quais serão as despesas fixas inevitáveis, quais são os sonhos de curto, médio e longo prazos, tanto individuais quanto do casal, o quanto é necessário poupar para a realização deles e também para se ter uma reserva, em caso de emergências.

Planejando o grande dia


     O início de uma vida a dois deve ter uma base sólida para que o relacionamento possa ser duradouro, até porque, as conversas e os objetivos de ambos sempre indicam para o futuro. Sendo assim, o planejamento já deve começar, pelo menos, 24 meses antes do casamento.

     Em paralelo, já se deve pensar em outros objetivos comuns do casal, como a casa própria, o carro ou ainda a viagem de lua de mel. Todos os aspectos de cada sonho devem estar minuciosamente estabelecidos e orçamentados. No caso da moradia, é essencial que se avalie o custo de vida da região escolhida.

    Depois do casamento outras metas deverão ser traçadas, como, por exemplo, o nascimento do primeiro filho. Nesse caso, o planejamento deve ser feito com antecedência, pois há muitos aspectos a serem relacionados, como gastos com vestimenta, alimentação, escola, transporte, passeios, entre outros. Alcançar a independência financeira e uma aposentadoria tranquila também são objetivos importante e que devem estar na lista dos sonhos de longo prazo.